quarta-feira, 1 de abril de 2009

Reminiscências

Deviam ensinar inda pequeno, lei de estatuto dos pequenos:

" a vida é estrada sem volta"

mas enganam, e colorem de luz a velha anedota

e menino perdido, alma a buscar
não percebe o caminho
a estrada é penar

e menino vai descobrindo a si
na frieza do existir

todas as meninices ficam perdidas
e a infancia se dá vencida

quantos meninos,
MEU DEUS, como eu

perderam-se todos , buscando seu eu ?

e menino brinca nada
pouco fala
corre,voa, a fuga nasce nas mãos
buscando semelhante

pares errantes
pares meninos

menino só encontra gente grande
menino é - VIOLENTAMENTE- forjado rapazote

pra quê menino a velhice na meninice?
melhor era começar do avesso,

não é bom, pra menino esse
ganhar e depois p e r d e r .

Menino quer ser indio
quer ser história
da don'Ana, professorinha

menino é burquinha
menino é cartilha
menino assobia
menino não chega á noite
meninice morre a luz do dia.

*Quando componho fazendo referência a infância, ao sentimento de estar no mundo( e toda sua ruptura com o lúdico, com o aconchêgo materno), tomo como forma e pretenção, o Mestre das miudezas, o mato-grossense Manoel de Barros.Dele:

"Tudo o que não invento é falso."

2 comentários:

Anônimo disse...
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Ana Lígia disse...

olha minha criancinha... sentindo falta da segurança da infancia... Eu sei como é... tb sinto. E logo eu taum mimada, essas rupturas doem mesmo, de uma forma q a gnt n tah preparada pra suportar, mas pensa como ia ser chato se chegassem pra uma criança e falassem pra ela td verdade sobre a dor da vida... Ai nem a infancia ia ser um periodo legal... Chega uma hora que temos que encarar nossos problemas de frente, de verdade, e isso dói... mas sejamos sinceros que há uma parte boa nisso tudo. Calma minha lindinha...a vida é boa... ;)