segunda-feira, 15 de junho de 2009

Anjo Negro

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Uma das mãos sobre o meu quadril.
A força estampada nas pontas brancas dos dedos negros.
Não consigo, por mais que eu tente, desvenciliar-me dele. É tão gostoso.
Ele me suga, me devora. A voracidade com a qual ele se mostra me deixa frágil.
Não, não consigo reagir. Qualquer reação diante dele estragaria tudo. Apenas sigo seu ritmo, entorpecida, desejando que jamais acabe.
Ele me toma em seus braços e me aperta enquanto me morde os ombros. Começo a achar graça dele. Sorrio. Num repente de fúria ele se encaixa em mim, que mais eu quero? Apenas que ele continue.Posso ouvir sua voz e ela entra em lugares que me fazem tremer. É tudo tão voraz. Me submeto a ele a fim de que ele extraia mais do que eu em mim. Espero.
Os braços que há pouco me enlaçaram já emolduram meus seios e sua lingua pincela meus mamilos....seu semblante diz: fome. A ele chamamos : desejo.
E mais a dança se faz, e mais tenho que contemplá-lo. O vigor com desenha oitos dentro de mim é incansável. Mas ele cansa e o seu cansaço não é paz... Mergulha entre meus seios e a coreografia de lábios,lingua e dentes são levadas pela melodia que criamos : as vozes estupidamente embriagadas à procura do fim.
Quanto mais a procura se instala e se refaz, mais temo o fim do mesmo modo que o desejo. No entanto, penso: Começaremos tudo de novo. Que venha o fim!
E mais chêga o limite que ele gosta. Que eu procuro. Eu só quero dar-me. Como a nenhum outro me dei, porque até ali nunca havia chêgo.
E as minhas mãos, a minha voz, lìngua, boca, pêlos, seios,quadris e vagina. Nada detém seu desejo. O meu fingido que é, diz estar findo. Não, não.... eu quero mais.
Queremos.
E a noite quanto mais se repete mais eu desejo. E ele me apresenta o rei da noite de modo que eu não posso rejeitá-lo...não há motivo. A minha fome, a minha estúpida e incontida sede vai em sua busca. E quanto mais nos confundimos entre nós, mais as mãos dele tecem os melhores nós que meus cabelos tiveram. E lágrimas escorrem no mesmo minuto que o ar me falta....Um homem daquele num estado febril em função da minha boca molhada...A conquista cresce da mesma forma que o fim surge.
Terminamos na última noite. Ele se despede. Estou cansada.
No entanto não quero sonhar mais,pelo menos hoje não.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Primeiras Lembranças

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Perninhas brancas, cheias de feridas balançando num banco de lanchonete.
Cabelos encaracolados dourados, mãos grandes e alegria...:

Ia visitar a Carol!

"Papai, quero um guaraná antartica."

Ele pagava e eu tomava o guaraná toda feliz.