sábado, 4 de abril de 2009

O "conhecer" um baiano

Nasci em São Paulo, passei a infância em Cianorte-PR, voltei no início da adolescência e, cá estou transbordando minha idêntidade caipira-cosmopolitana.
Tenho uma alma de sertanejo, tenho meu sotaque, tenho o cheiro de eucalipto que me invade as narinas, bastando apenas pensar Cianorte.

Me considero conterrânea daquele povo de sítios e casas em ruas de barro. Pensar meu interior é pensar no meu próprio interior.Uma alma distante de seu corpo.

O sul pra mim é casa, quintal- de i d e n t i d a d e.No entanto não me considero regionalista, tampouco denfensora de qualquer " fragmento de identidade" do Paraná. Gente de lá- leia-se PR e SC- não se apega a promover a própria terra. Gente de lá é simplesmente gente que é, sem levar em consideração o por quê do ser. E me basto em carinhos e apreços c o n t i d o s como todos de minha terra.

Tendo essa vivência em dois estados, achava que a maioria era assim...despretenciosamente sabido e exercido em sua origem. Eram apenas os nascidos ali ou nascidos lá.

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O Brasil se resumia sim, em 25 estados e um distrito federal. Oras, aprendi isso em geografia, tenho isso tatuado no corpo e, essa geopolítica era bastante homogênea desde sempre- quiçá com uma ou outra destoante.
A região norte, Roraima, Amapá,Amazonas, Pará,Tocantins,Acre( meu sonho de viagem) e Rondonia. Centroeste composto de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Sudeste com São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Deixei pro final o Nordeste que tem como partes: Maranhão, Piauí,Ceará,Rio Grande do Norte,Alagoas, Paraíba, Sergipe e finalmente a Bahia.
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O "conhecer" um baiano muda a vida da gente toda, digo, o baiano com baianidade. Baiano que fale em nagô, que ilustre o pelourinho, que se vislumbre nos ditos de Jorge Amado, e que tenha legado africano.Pois bem...conheci uma baiana legítima e, brother é uma viagem.

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A baianinha

Falemos da baianinha. O inha é de pequena, como a maioria dos baianos. A média de altura fica entre 1,60 á 1,68, lá naquelas terras de obás e dendê. O nome da baiana é Ana ,e claro como todo baiano que adora aparecer, o nome é composto: Ana Lígia.
Ana Lígia é menina daquele tipo diferente, que se encontram em grandes capitais...digo diferente por que pra ela Adão não foi feito pra Eva e, se deus inventou coisa melhor que mulher guardou só pra ele. Ana Lígia faz publicidade e propaganda na PUC-SP, e joga futebol pela pontíifícia também. Pra baiana entregaram a camisa 10 do time, e corre por entre os bastidores que ela é boleira nata.Pra fim da descrição da personagem, vale lembrar que não existe ninguém que tenha os olhos tão amarelos como os dela. Amarelice essa, que faz nascer inveja em qualquer "olhos-azuis".
A baiana é uma regionalista nata. Não há como ouvi-lá balbuciando monossílabas sem se transportar pra Bahia;Ela fala em dialetos as vezes, e consegue abrir tanto as vogais que chêga a fazer espacate gramático.
Ana é porta-voz de sua terra. Nela se enxergam a dureza do nordestido e sua tenacidade. Gente dura daquela terra que jamais se curva diante de coisa grande, quiçá das modestas.A menina carrega em sim uma inteligência ininterpretável.Discorre de Amado á Nieztsche como quem lá , falaria de um jogo entre Bahia e Vitória. Dentro da cabeça dela efervem uma inteligência genética munida de conhecimento de mundo, aliada á vida acadêmica-nisso destoa da sua gente. Ela teve oportunidade de alimento e boas escolas, e como baiana legítima aproveitou.

Conversar com ela, é relembrar Caetano in "Não enche" : "o que eu herdei de minha gente eu nunca posso perder."E ela não perdeu.
A.L. uniu sua afrodescencência á sua baianidade. Complementou o feijão- com- arroz no seu acarajé, e caruru de Cosme e Damião. Assistiu aos Filhos de Gandhi cantando João Gilberto. Ela é toda uma mistura bonita, de terra sofrida que só fez brilhar.

Não há ser que se aproxime dela e não veja Bahia. E menino, não ame a Bahia.
A baianinha é pra mim, a promoção - leia- se no sentido de promover- mais legítima de qualquer marketing que se possa existir. A menina baiana tem todo aquele dom, que sabe o baiano de se fazer feliz, e fazer uma terra toda sorrir. Baianidade presa ao sotaque, ao amor á terra, ao jeito de retirante inconformado em abandonar a mãe nordestina.

O lugar dela é a Bahia , sua terra e seu povo.Todavia o mundo precisa dela, pra ser feliz de existir.





2 comentários:

Ana Lígia disse...

Devo dizer q não tenho o q falar... qlqr coisa q eu fale vai parecer pequeno diante da magnitude dessa homenagem. Então eu me reduzo à minha insignificância... e agradeço, só agradeço. Obrigada... tah lindo.

Unknown disse...

sem palavras também..
só me recordo de uma:
que délicia !