segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lira Gôguiniana

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Duzentos e quarenta meses com o mundo rotacionando
Milhares de pares de dias , quadrilhas de horas,
Segundos que ecoam eternidades somadas, JUNTAS.
Sou todas as chuvas que me choraram
Sou todas as nuvens que não me bronzearam
Sou todo raio de sol que brilhou:
Tímido.
Eu fui
também a promessa de amor do par
a solitude taciturna e equívocada do amar.
Flui em mim a ausencia do sangue da aurora.

Pois
Flui em mim a notória presença do ser
e Foi em mim.
Os teus olhos nascendo a manhã ser,
tua boca pedindo o eternecer
É
somos a velha estória do querer

de amar-amaro , do verbo ter
não existe minuto sequer que me distraia
do peito florido na efemeridade gaia
e sou, fui, foi, será
impretérito, imperfeito, desconexo, hermético
já que foi e não fui, será e não serei - INEXPLICÁVEL-
apenas sei:
não SOU
e basta que SOMOS...AMOR



domingo, 14 de setembro de 2008

Pós-Passado

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Eu estava dando voltas num copo de cerveja
Eu estava esperando o coração do homem de lata
Mas ele não chegou ao reino de Oz
Ele ainda não pode ter um coração.
Enferrujado,torpe e imóvel
Lá estava ele, fingindo o próprio pensamento á própria escuridão
O homem de lata veio e me pegou pela mão
Me mostrou sua parafernalha metálica
E era tudo tão irreal

E ele tinha o brilho nos olhos que chamava VERDADE
E eu tinha um fogo no peito que chamava ILUSÃO

Me propôs uma união
Me entregou seu enferrujado latão
E amassou-como lata-
O meu coração.
Me disse suas próprias-fingidas-verdades
E eu sorri :

IRONICAMENTE

Acendi mais um cigarro e deixei a parafernalha tocar a mentira
Emoldurando meus dentes num sorriso,um passo bêbado
daqueles que não esperam mais nada
Ar e pulmão, talvez.