sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Primavera

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Para Ana Lígia
As flores esperam o ano todo pra nascer na primavera

A natureza sabida deixa que se passem centenas de dias

até que - não se sabe mágica ou milagre- floresçam os primeiros brotos.

As raízes suportam -fortes e duras- o frio do inverno, a secura do verão e a morte do outono

E aí quando mais desolada e mais descrente

surge o primeiro ramo, o primeiro broto de cores

que pincela a memória e apaga os danos e ilusões que outras estações trouxeram consigo.

Primavera é tempo para amar, para acreditar

Primavera dura pouco e dura suficiente .

Traz a vontade de nela morrer e

Eternizar.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Laço em flor

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P E T A L A
E L A
L A M B E
A M
A
B E I J A
PERTURBA

PISA MEU MUNDO.

O estado febril gerou desejo
E o amor nada mais é que febre
Queimando o branco dos dias, tornando reminiscencias do meu caos, pó.
Minha aliança são os cachos do teu cabelo agarrados á minha mão,
que não desenrolam
permanentes,
negros e

delicados.

domingo, 19 de outubro de 2008

Nós na gravata

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Eu ajeitei a minha gravata,agora é borboleta.
Meus dentes se confundiram com a neve,com a cor da minha pele.
A gravata estava "descomposta"
Eu sabia que de Saulo á Paulo era só cegueira
EU SABIA!
Dei corda na borboleta
As asas batem _______Gêmeas
Vibram no peito meu,de Saulo e Paulo.
Eu reformei minha gravata,
agora é Pensamento.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lira Gôguiniana

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Duzentos e quarenta meses com o mundo rotacionando
Milhares de pares de dias , quadrilhas de horas,
Segundos que ecoam eternidades somadas, JUNTAS.
Sou todas as chuvas que me choraram
Sou todas as nuvens que não me bronzearam
Sou todo raio de sol que brilhou:
Tímido.
Eu fui
também a promessa de amor do par
a solitude taciturna e equívocada do amar.
Flui em mim a ausencia do sangue da aurora.

Pois
Flui em mim a notória presença do ser
e Foi em mim.
Os teus olhos nascendo a manhã ser,
tua boca pedindo o eternecer
É
somos a velha estória do querer

de amar-amaro , do verbo ter
não existe minuto sequer que me distraia
do peito florido na efemeridade gaia
e sou, fui, foi, será
impretérito, imperfeito, desconexo, hermético
já que foi e não fui, será e não serei - INEXPLICÁVEL-
apenas sei:
não SOU
e basta que SOMOS...AMOR



domingo, 14 de setembro de 2008

Pós-Passado

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Eu estava dando voltas num copo de cerveja
Eu estava esperando o coração do homem de lata
Mas ele não chegou ao reino de Oz
Ele ainda não pode ter um coração.
Enferrujado,torpe e imóvel
Lá estava ele, fingindo o próprio pensamento á própria escuridão
O homem de lata veio e me pegou pela mão
Me mostrou sua parafernalha metálica
E era tudo tão irreal

E ele tinha o brilho nos olhos que chamava VERDADE
E eu tinha um fogo no peito que chamava ILUSÃO

Me propôs uma união
Me entregou seu enferrujado latão
E amassou-como lata-
O meu coração.
Me disse suas próprias-fingidas-verdades
E eu sorri :

IRONICAMENTE

Acendi mais um cigarro e deixei a parafernalha tocar a mentira
Emoldurando meus dentes num sorriso,um passo bêbado
daqueles que não esperam mais nada
Ar e pulmão, talvez.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Prosa Descabida

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Há em mim, ainda o desejo de busca, como outrora aquele sabor ité na boca e um jeito destrambelhado de dizer :-Meu Deus, valei-me.
Me procuro geralmente em frente ao espelho,observando o trabalho bem-feito em cada traço do meu rosto...Me procuro lendo meu Mestre e alguns meus outros mestres.Me procuro em outros homens(a parte mais divertida, perdoe-me o sarcasmo),e neles encontro o que eu não procuro.Não desejei um homem que não pude ter, tive todos quanto quis .
Em verdade eu sou o melhor da criação.Principalmente da criação que eu construí .

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Metade de Mim

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O relógio marca quase meio-dia
É meio-dia de mais um dia
É meia vida em quase todos os dia inteiros
Vinte e quatro horas que se espassam em fazer sem pensar
Perder, julgando voltar
E não volta.
O relógio acelera o ponteiro
Pontuo os minutos
Eles se arrastam pesados demais pra me carregar
E eu vou ficando
Divagando as horas
Fingindo os dias que de fingimento tem só a data
O relógio marca meio-dia
Na meia-vida
Suponho restar inda vida e meia ...
Será?
meia-eu-me-forjo
meia-eu-me-nego
metade sai correndo
á meia-estrada do caminho do meio.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Estado da Guanabara

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Estado da Guanabra


Povo , sorriso de 30 dentes


Morro desce, nada na praia

Praia sobe e compra no morro


Avião é aquele que voa (no chão)

Garota de Ipanema tem quase 60

Sei não

Pão de Açúcar demais adoçou

Fez sangue com mel,bala de mel,lágrima de mel ,


CORAÇÃO DA JUSTIÇA

é mole , melaço, volátil ,

EN JO A TI VO

Estado da Guanabara

Cartão -Postal do Brasil

Terra de Maestro Jobim

Sorri ao mundo todo

Canta a sua Bossa


MAS Povo está descalço

MAS o menino não tem Cartilha

-Camarada não esquente!

Em fevereiro tem CARNAVAL.


Salve o mar , a montanha e o povo

Salve o ESTADO de . . .
da Guanabara.

domingo, 6 de abril de 2008

Pungência

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Eu não vou me pintar para o mundo
e tambem não quero que ele me pinte.
Assumo eu, as rédias do carrossel
e não me arrependo enquanto girar
Sairei dele cambaleante.
Como aquela que há pouco pariu ____(vazio ,agudo,chôro e quarentena)
ainda com saliva neutra
delicada e sensivel á qualquer mudança sobre a lingua
sob a minha lingua.
Roubarei a tela
o pincel
e a aquarela.
Será o trinômio do nirvana:
A aceitação ,o caminho e a raça humana
então eu pertencerei a todo homem.
Serei o Alfa .
Serei Eva.
Multiplicarei nesse quando
todo o meu misticismo,
meu fetichismo
e meu lado bom , por que não (?).
Vou gotejar sobre as cabeças abandonadas
Idéias , sopros e CORAGEM.
Estarei nem pra cá e muito menos pra lá.
É a linha estreita
do MEIO
da circunferência
de toda paixão.
-EU NÃO ASSUMO
Onde eu não existo e não sorrio
Onde eu não moro.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Valentina

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O país que eu carrego no ombro diz pouco de mim
A pele , o cabelo , as cicatrizes dizem pouco de mim
Talvez seja o andar , calejado e desconfortável que diga mais que um pouco sobre mim
Ainda não me cabe o corpo , ainda choro a minha própria ausência

E me sinto só porque me abandono todos os dias
Projeto em vários rostos as pessoas que amo
Carrego no peito a covardia de quem não sabe amar, acarinhar e acolher
Tenho todos esses sentimentos violentos e frustrados
De um extremo a outro, o reflexo de tudo é solidão e nostalgia
Talvez o desejo de morte .

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sucção (?!?)

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Muda o dia em agudo constante
Segue o mar , o caos , meu quebrante.

São as taças de vinho, o fumo de piteira

Uma alegria
Um bem me quer queira ou não queira.
É toda necessidade abstrata, taciturna
É toda valsa de camerata de dançarina moribunda


É o olhar no espelho , indiferença gaia

É o amor que me afoga no chuveiro e me banha na praia .


São todas as vezes que sofro á vaidade
Ajoelhada (sempre) sorrindo ao maior,
É o esquecimento infantil

Toda a minha burrice,meu sexo vil.


Conjunto de fatores hibrido , apático....

Uma vitrola rodando e
o vento soprando e a chuva chorando.. .
A menina perdida
na passividade agressiva.
Fere.

Mata.

Perde.
Ácida . . . Toda corrosiva.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Prelúdio da Dor

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Mas é como se minha vida estivesse toda curada e morrese á falta de chagas.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Jogo Hermético

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No lado B
Do lado , b^.
Á o lado B.
Só 1 lado b^.
b^,1 lado Só.
Á No lado Só b^.
ÁNolado b^ Só.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Rubra

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Não , seu desejo não envelheceu com o tempo.
Mulher de carne e osso, procura carne e osso
Aconchego permanente encontra num homoplata
Num côncavo de costela.

Se vestiu com pêlos de lobos e
Entregaram a ela o dom de todos os lábios amantes.
Sutilezas a perfumaram.

A fogueira reacendeu pela dança das brasas.

Assopra , bem debaixo de seu queixo
As notas ,o compasso do intento imoral,
A entrega o teu corpo
E conjuga-a em ardencia, em favores orais

Depois deixa-a
sozinha
Serás a Dona ,a Legítima ,
Vá .

Aceita toda ausência
O milagre que necessita
Dela não nascerá
Cogite os seus desejos, cumpra-os
E na próxima noite
Ela o habitará.