domingo, 8 de fevereiro de 2009

Aba, Aba

Estou no campo de rosas
Tão desejado, tão querido

Ele é pomar, é aroma doce
Primavera sopra nele a paz que eu preciso.

Pensava que chegar nessa felicidade
Era defrontar a morte e sua solidez assustadora

Era um mal-me-quer necessário, um valei-me de chagas
E não, a morte só traz a sua essência fria de morte

Tenho o peito cheio de agradecimentos, cheio de sorriso
A minha carência de vida, era carência de poder ser verdade
E agora, cá estou confluindo o ser e as coisas

As coisas nada mais são
Que o menos de mim
Dividido em fragmentos espalhados , tal qual cacos de espelho
Brilhando cada um seu ângulo, seu reflexo
Legitimando TODOS os caminhos ,TODAS as verdades

Aba, Aba

Vasto mundo e eu cá, repleta de mim.

Vasto eu e eu cá, repleta de mundo.

Tão circunstancial ,como tão efêmera
Tão atemporal ,como tão perecível

Estende teu tempo sobre mim , oh Aurora!
Cubra minha face com teu brilho, no longo de uma vida
Permeia meu corpo de tua virgindade intocável e tenra

Que não hajam suspiros que justifiquem sua morte
Que não hajam lamentos de teu fim....

Sê pura como a manhã-filha tua- que despreende todo o homem de sua morte passageira
Que desperta-mãe acolhedora- a luz de outrora escondida.

Não as nuvens não me escondem mais.
O brilho nasce aqui e irradia.



Aba, Aba
Sabor anis tem tua alma.

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