segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lira Gôguiniana

Duzentos e quarenta meses com o mundo rotacionando
Milhares de pares de dias , quadrilhas de horas,
Segundos que ecoam eternidades somadas, JUNTAS.
Sou todas as chuvas que me choraram
Sou todas as nuvens que não me bronzearam
Sou todo raio de sol que brilhou:
Tímido.
Eu fui
também a promessa de amor do par
a solitude taciturna e equívocada do amar.
Flui em mim a ausencia do sangue da aurora.

Pois
Flui em mim a notória presença do ser
e Foi em mim.
Os teus olhos nascendo a manhã ser,
tua boca pedindo o eternecer
É
somos a velha estória do querer

de amar-amaro , do verbo ter
não existe minuto sequer que me distraia
do peito florido na efemeridade gaia
e sou, fui, foi, será
impretérito, imperfeito, desconexo, hermético
já que foi e não fui, será e não serei - INEXPLICÁVEL-
apenas sei:
não SOU
e basta que SOMOS...AMOR



Um comentário:

La Gauche disse...

Nunca escrevi com tanto amor como hoje.
Talvez por isso soe triste, soe antagonismos, soe descompasso.
Não o é.
Apenas é a força com que o peito bate.