quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Tudo Novo de Novo

Uma expectativa nascida de dois pares de olhos. Projetadas num só. Eyes with lasers. É, foi mais ou menos assim.
Pois bem, estacionei em frente ao seu prédio e esperei você descer. Esse foi o dia que fizemos um mês ficando -pra mim-, e 'ficando' pra você. Do alto dos seus 1,70- pouca coisa maior que eu- vi um homem de paletó preto, calça jeans e tênis cinza. Nas mãos dele, um buquê de flores.
Pensei : Ineditismo e Deus.Caí,só que nos teus braços. Uns vinte olhares e meios sorrisos deram as mãos aos muitos selinhos e saímos pra nossa noite pagã. Como todas as outras.Onde os fracos não tem vez. Sorrimos sempre dessa piadinha nascida num motel barato ao estilo estadunidense.Que não se compreenda tudo. Fomos jantar. Eu, ele e as flores no banco de trás. De certo que elas deveriam estar fazendo comentários sobre nós. Isso não é devaneio.
Sempre me sinto deslocada com muita chiqueza e dessa vez não foi diferente. Um garçom ao pé da mesa, mais propriamente enchendo o meu prato todas as vezes que ele esvaziava. O garçom queria namorar com a gente. Asseyes vouz, garçon.Brincadeira. Na verdade era um escravo pago pra trabalhar de madrugada nesses empregos desleais. Provavelmente tinha raiva de estar ali. A mulher o esperava em casa e servir a um jovem casal deveria ser pedante.
Não me senti muito a vontade naquele lugar, embora a comida fosse ótima. O problema era só o serviço demasiado prestativo do garçon. Vou me ater a nós. Nós.Agora nascemos no plural.
No carro um abraço. No carro umas palavrinhas tímidas, que juntas, formaram isso que chamamos de frase e, nesse caso, pedido de namoro (ou intimação) : A partir de agora você é minha namorada.
Minha cabeça voou nas asas de um pássaro perdido, depois voltou, cambaleante : Eu quero, achei que você não fosse pedir! O desespero eufórico era , de fato, puro desespero. Eu sei do quê. Por quê pensou que eu não fosse pedir?, disse ele.Eu respondi algo muito inseguro e ele replicou: Pra mim a gente já tava namorando a muito tempo. Ufaaaaaaa. Ele quer isso de verdade, eu percebí. Então vamos.
Sendo ele o filho não nascido, mas escarrado o Chico Buarque – coisa que ele não suporta-, falou como o tal, dias à frente sobre Construção.Mas não era aquela letra famosa. O discurso soava como comida caseira, sabe? Parece ridículo dizer isso, mas era como se eu sentisse uma segurança duradoura, daquelas que só existem em almoços de domingo com a mesa cheia. ''Eu quero construir sonhos e buscar obejtivos em comum . Eu sei que com você vale a pena.'' Pôrra, que mulher não sonha com isso? Há quanto tempo eu espero por isso? Bom, é muito provável que eu esteja no caminho certo. Caso contrário, é mais um dos atraentes precipícios que beirei na vida.
O que eu sei de tudo isso é que tem muito a ver com o que eu sempre quis.O nós é muito presente nele e isso me cativa. O cuidado me cativa, a calma também. Conto os dias pra vê-lo novamente, numa espécie de '' fecundação de amor'' e que em breve, me engravidará.


Ele me encontrou/Eu tava por aí/Num estado emocional tão ruim/Me sentindo muito mal./Perdido, sozinho/Errando de bar em bar/Procurando não achar/Ele demonstrou tanto prazer/De estar em minha companhia/Que eu experimentei/Uma sensação/Que até então não conhecia/De se querer bem/De se querer quem se tem/E Ele me faz tão bem!/Que eu também quero/Fazer isto por ele...

Pra você, barba

Nenhum comentário: