Eu queria ser pequena
Caber nos teus braços
Abrigada em teu seio
Suspirar
Queria um mundo apresentado num domingo de piquenique
Uma bronca, ou até uma surra
Queria tudo aquilo que me fizesse frágil, metade
Metade sua, outra do pai
Metade vida, outra sonho
Queria um sorriso tristonho
minha meninice traduzida
desvendada
num mistério de entender o porquê das coisas
e sem entender
sem saber
sem questionar
esse porquês
Meus porquês não cessam
Minha velhice tombada n'alma
me cobra a gentileza
e a leveza
que deveria ser
Obrigado mãe, obrigado pai
Um dia eu fui menina
Um dia eu fui tão menos
No mais que eu julgo não querer
e esquecer.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Dimanche Toujours
Numa rua de nome composto
Metade religiosa
Metade utensílio doméstico
Um frio que não assustava, uma lua que brilhava
Nossos cigarros, nossos goles
Tudo nascia num sorriso e terminava num olhar
Timidez, medo, insegurança
Será? Será?
Mas já ? Mas já ?
Desejo de fuga
de fugir de você
me esconder em você
pra não te perder
Um filme sobre um contador de histórias
cocovants, cigarretes, Febem, filhos, Amor, M I L A G R E S
umas lágrimas minhas, um abraço de consolo seu
Seus m&m's, minha pipoca salgada
Nosso refrigerante
A despedida
o possível táxi
seu cuidado absurdo que me constrange
os seus beijos
um beijo meu mandado a distancia
uma semana esmagadora
lenta, irreversível
até que a vida presenteie a gente de novo
e comemoraremos
o que eu ganhei
e que você ainda não sabe
Legítimo.
Assim como foi pra você
foi pra mim.
O cheiro fica e me visita até que você reapareça.
Metade religiosa
Metade utensílio doméstico
Um frio que não assustava, uma lua que brilhava
Nossos cigarros, nossos goles
Tudo nascia num sorriso e terminava num olhar
Timidez, medo, insegurança
Será? Será?
Mas já ? Mas já ?
Desejo de fuga
de fugir de você
me esconder em você
pra não te perder
Um filme sobre um contador de histórias
cocovants, cigarretes, Febem, filhos, Amor, M I L A G R E S
umas lágrimas minhas, um abraço de consolo seu
Seus m&m's, minha pipoca salgada
Nosso refrigerante
A despedida
o possível táxi
seu cuidado absurdo que me constrange
os seus beijos
um beijo meu mandado a distancia
uma semana esmagadora
lenta, irreversível
até que a vida presenteie a gente de novo
e comemoraremos
o que eu ganhei
e que você ainda não sabe
Legítimo.
Assim como foi pra você
foi pra mim.
O cheiro fica e me visita até que você reapareça.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Aquário
dôce e leve brisa
calma
agita
enfeitiça
vento, sensibilidade, calor
nova idade
brincamos ainda
superfície cristalina
inda menina, menina
corre comigo
desvenda
abraça
assim, só,
isso.
aquilo que é
translúcido e transparente:
Você. Aquário.
Num canto, num gesto ,
nos olhos
aonde lá, distante,
nasce um mistério
eu. Sereia.
Paredes delicadas de vidro abrigam um mar tempestuoso e forte.
Numa mistura de calma e cólera.
Como se todas as balanças e seus pesos se equilibrassem.
Em aquário nasceu
todo aquele mar
que a sereia precisava pra amar.
calma
agita
enfeitiça
vento, sensibilidade, calor
nova idade
brincamos ainda
superfície cristalina
inda menina, menina
corre comigo
desvenda
abraça
assim, só,
isso.
aquilo que é
translúcido e transparente:
Você. Aquário.
Num canto, num gesto ,
nos olhos
aonde lá, distante,
nasce um mistério
eu. Sereia.
Paredes delicadas de vidro abrigam um mar tempestuoso e forte.
Numa mistura de calma e cólera.
Como se todas as balanças e seus pesos se equilibrassem.
Em aquário nasceu
todo aquele mar
que a sereia precisava pra amar.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Num acidente de sexta-feira...
O poeta se conta em suas medíocres palavras ensaiadas. Não há nada de novo em sua poesia. Apenas cacos. Retratos diminutos duma paisagem sobreposta à própria vida.
O poeta volta a sorrir e abandona o próprio verso. Quantas palavras já escritas sem amor, que não possuem mais a circunstância da própria existência? Muitas.
O poeta saiu desapercebido dos acidentes que a vida tráz pra salvá-lo, não é assim que você o ensinou ?
O poeta se despede de si numa sexta-feira. O poeta encontra uns olhos tão iguais numa noite. O poeta decide, sua hora chegou.
A poesia nos ensina tudo sobre sentimentos. Assim o poeta aprendeu. No entanto, a efemeridade da letras e suas significâncias se perdem numa noite. Num sábado depois da sexta.
O mundo reviu o sorriso do poeta. Dizem que o poeta foi abençoado. Que assim seja. Que o sofrer seja minimamente impresso em suas letras de novo.
E o poeta ouve Nina Simone, ele lançou sobre você um encanto. O mesmo encanto que Nina lançou na vida dele.
Agora você é dele.
I put a spell on you because you're mine.
O poeta volta a sorrir e abandona o próprio verso. Quantas palavras já escritas sem amor, que não possuem mais a circunstância da própria existência? Muitas.
O poeta saiu desapercebido dos acidentes que a vida tráz pra salvá-lo, não é assim que você o ensinou ?
O poeta se despede de si numa sexta-feira. O poeta encontra uns olhos tão iguais numa noite. O poeta decide, sua hora chegou.
A poesia nos ensina tudo sobre sentimentos. Assim o poeta aprendeu. No entanto, a efemeridade da letras e suas significâncias se perdem numa noite. Num sábado depois da sexta.
O mundo reviu o sorriso do poeta. Dizem que o poeta foi abençoado. Que assim seja. Que o sofrer seja minimamente impresso em suas letras de novo.
E o poeta ouve Nina Simone, ele lançou sobre você um encanto. O mesmo encanto que Nina lançou na vida dele.
Agora você é dele.
I put a spell on you because you're mine.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
O revés de Pierrot
Era amor sem dissabor
Amor redentor
Porto seguro sempre buscado
Nunca antes encontrado
E nos intermitentes espaços férteis da felicidade
Sofri o revés da vitória, da felicidade
Me descobri um dia no espelho a derrota
Me assustei, era eu o revés de Arlequim
Roubei de ti a tua Colombina , ó Pierrot
Sobreveio a ti, fúria, ódio e imensa dor
Mas Colombina bem sabia
Eu lhe daria alegria
E não seria falho como foi
Pierrot
Eu era Arlequim
Côrte real, nome e família
Início , meio e fim
Tu não passavas de migalhas
Homem pobre e sem renome
Desajeitado e alma tôrpe
Tu não merecias quem quer que fosse.
Colombina comigo foi feliz
Dei-lhe tudo quanto quis
E a tua foto em seu colar
De carinhos e beijos meus
Fiz desbotar e descolar
Tu já não existias mais
E a minha amada Colombina
Foi desposada inda menina
E pétala por pétala me pertenceu
Ri-me por dentro
Lembrei de ti, abandonado ao relento
Pobre Pierrot a ele não restará nenhum pudor
E a fiz em tudo que queria
Noite e dia
E quanto mais eu fazia
Mais se ardia
E eu advertia:
Não me cobres a vindoura cria!
Abusada e usada
Colombina desgastada
Só sobreou-lhe a sombra bela
De resto era imunda e velha
Já não buscava seu brilho polido
A Pierrot vou entregá-la
Suja, velha e muito usada
O coitado teme às traças
Será útil a velha como companheira
Em sua desgraça.
Pierrot no dissabor
Solitário, abandonado e sem amor
Chega-lhe toda arrependida
Mal amada e carcomida
A bela lembrança se tornara vulto
Era Colombina.
Sabido de sua desgraça
Ajeitado e intimo à todas as suas mazelas
Gritou-lhe Pierrot:
Cale a boca, passada e falsa donzela.
Não desejo tua compania
A sarjeta tem mesido grata
Me acolhido em noites fartas
Que passei por ti a chorar, sem pensar.
Hoje te vejo devolvida
Mal tratada e sofrida
E te entrego o teu lugar:
Abraça-te a este cachorro
Que não te negará socorro
Nem tampouco se enojará.
Vou- me embora com Arlequim
Que fizeste o melhor por mim
Quando de uma mentira me livrou.
Amor redentor
Porto seguro sempre buscado
Nunca antes encontrado
E nos intermitentes espaços férteis da felicidade
Sofri o revés da vitória, da felicidade
Me descobri um dia no espelho a derrota
Me assustei, era eu o revés de Arlequim
Roubei de ti a tua Colombina , ó Pierrot
Sobreveio a ti, fúria, ódio e imensa dor
Mas Colombina bem sabia
Eu lhe daria alegria
E não seria falho como foi
Pierrot
Eu era Arlequim
Côrte real, nome e família
Início , meio e fim
Tu não passavas de migalhas
Homem pobre e sem renome
Desajeitado e alma tôrpe
Tu não merecias quem quer que fosse.
Colombina comigo foi feliz
Dei-lhe tudo quanto quis
E a tua foto em seu colar
De carinhos e beijos meus
Fiz desbotar e descolar
Tu já não existias mais
E a minha amada Colombina
Foi desposada inda menina
E pétala por pétala me pertenceu
Ri-me por dentro
Lembrei de ti, abandonado ao relento
Pobre Pierrot a ele não restará nenhum pudor
E a fiz em tudo que queria
Noite e dia
E quanto mais eu fazia
Mais se ardia
E eu advertia:
Não me cobres a vindoura cria!
Abusada e usada
Colombina desgastada
Só sobreou-lhe a sombra bela
De resto era imunda e velha
Já não buscava seu brilho polido
A Pierrot vou entregá-la
Suja, velha e muito usada
O coitado teme às traças
Será útil a velha como companheira
Em sua desgraça.
Pierrot no dissabor
Solitário, abandonado e sem amor
Chega-lhe toda arrependida
Mal amada e carcomida
A bela lembrança se tornara vulto
Era Colombina.
Sabido de sua desgraça
Ajeitado e intimo à todas as suas mazelas
Gritou-lhe Pierrot:
Cale a boca, passada e falsa donzela.
Não desejo tua compania
A sarjeta tem mesido grata
Me acolhido em noites fartas
Que passei por ti a chorar, sem pensar.
Hoje te vejo devolvida
Mal tratada e sofrida
E te entrego o teu lugar:
Abraça-te a este cachorro
Que não te negará socorro
Nem tampouco se enojará.
Vou- me embora com Arlequim
Que fizeste o melhor por mim
Quando de uma mentira me livrou.
O revés de Arlequim
A sombra dos teus cabelos escrevia o nosso nome
E teus dedos brincavam com os meus
Tu lias o meu sorriso
Eu a ti chamava paraíso
Mas tu me fechaste em mim
Me pintaste na cara Arlequim
E Arlequim em mim
Mora todos os dias
Você pintou em mim a máscara do Arlequim
Você forjou em mim a tristeza do Arlequim
Você fez essa lágrima nascer em ti
E mudar pra mim.
Arlequim sabe que não é assim
Arlequim sabe que é belo querubim
Sonho de todas as Musas de Vênus
senão antes, agora sim!
Mas Arlequim não sabe o que mais quer
Se deseja aprisionar-se neste eterno mal-me-quer
Ou se retomas a bela face da esplendida mulher...
que é.
E teus dedos brincavam com os meus
Tu lias o meu sorriso
Eu a ti chamava paraíso
Mas tu me fechaste em mim
Me pintaste na cara Arlequim
E Arlequim em mim
Mora todos os dias
Você pintou em mim a máscara do Arlequim
Você forjou em mim a tristeza do Arlequim
Você fez essa lágrima nascer em ti
E mudar pra mim.
Arlequim sabe que não é assim
Arlequim sabe que é belo querubim
Sonho de todas as Musas de Vênus
senão antes, agora sim!
Mas Arlequim não sabe o que mais quer
Se deseja aprisionar-se neste eterno mal-me-quer
Ou se retomas a bela face da esplendida mulher...
que é.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Anjo Negro
Uma das mãos sobre o meu quadril.
A força estampada nas pontas brancas dos dedos negros.
Não consigo, por mais que eu tente, desvenciliar-me dele. É tão gostoso.
Ele me suga, me devora. A voracidade com a qual ele se mostra me deixa frágil.
Não, não consigo reagir. Qualquer reação diante dele estragaria tudo. Apenas sigo seu ritmo, entorpecida, desejando que jamais acabe.
Ele me toma em seus braços e me aperta enquanto me morde os ombros. Começo a achar graça dele. Sorrio. Num repente de fúria ele se encaixa em mim, que mais eu quero? Apenas que ele continue.Posso ouvir sua voz e ela entra em lugares que me fazem tremer. É tudo tão voraz. Me submeto a ele a fim de que ele extraia mais do que eu em mim. Espero.
Os braços que há pouco me enlaçaram já emolduram meus seios e sua lingua pincela meus mamilos....seu semblante diz: fome. A ele chamamos : desejo.
E mais a dança se faz, e mais tenho que contemplá-lo. O vigor com desenha oitos dentro de mim é incansável. Mas ele cansa e o seu cansaço não é paz... Mergulha entre meus seios e a coreografia de lábios,lingua e dentes são levadas pela melodia que criamos : as vozes estupidamente embriagadas à procura do fim.
Quanto mais a procura se instala e se refaz, mais temo o fim do mesmo modo que o desejo. No entanto, penso: Começaremos tudo de novo. Que venha o fim!
E mais chêga o limite que ele gosta. Que eu procuro. Eu só quero dar-me. Como a nenhum outro me dei, porque até ali nunca havia chêgo.
E as minhas mãos, a minha voz, lìngua, boca, pêlos, seios,quadris e vagina. Nada detém seu desejo. O meu fingido que é, diz estar findo. Não, não.... eu quero mais.
Queremos.
E a noite quanto mais se repete mais eu desejo. E ele me apresenta o rei da noite de modo que eu não posso rejeitá-lo...não há motivo. A minha fome, a minha estúpida e incontida sede vai em sua busca. E quanto mais nos confundimos entre nós, mais as mãos dele tecem os melhores nós que meus cabelos tiveram. E lágrimas escorrem no mesmo minuto que o ar me falta....Um homem daquele num estado febril em função da minha boca molhada...A conquista cresce da mesma forma que o fim surge.
Terminamos na última noite. Ele se despede. Estou cansada.
No entanto não quero sonhar mais,pelo menos hoje não.
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